quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Meu olhar sobre minha mãe

Mamãe era uma mulher muito ativa. Estava sempre fazendo alguma coisa. Cheia de crianças para cuidar não deixava a peteca cair. Era brava, dava broncas, reclamava, brincava, nos ensinava o tempo todo como toda dona de casa, daquela época.
Sempre cuidou muito bem de todas nós. Não nos deixava faltar nada. Íamos para escola impecáveis, com a roupa limpa e cabelos bem penteados.
Pra meu lado carente crônico o que mais faltou foi carinho, abraços e beijos. Não tenho esses momentos na memória. Acho estranho até.
Tudo bem que era muita coisa para fazer, cuidar, arrumar, pensar, colocar para funcionar, etc, só que não dá para não falar que faltou isso, até mesmo para que futuras mães pensem se o mais importante é o CUIDAR ou DAR ATENÇÃO.

Um pouco sobre as filhas de Vilma

MARTHA é irmã mais velha. Meu contato com ela sempre foi de irmã mais velha, cheia de responsa. Lembro dela lendo fotonovela, que mamãe não gostava, pois achava com umconteúdo muito forte, hahahahaha. Se ela estivesse viva hoje, acho que ficaria horrorizada com a internet e tudo o que tem saído na midia impressa e está explícito nas bancas de revistas e televisão.
Martha escondia a tal das revistas. E nós ficávamos na procura para contar a mamãe. Que coisa feia!!!

Lembro muito que adorava fuçar no armário dela para pegar as coisas de mocinha que ela tinha. Sapato de salto, sutiã, maquiagem já que entre eu e ela há uma diferença de 6 anos. Hoje essa diferença nem significa muito, mas quando criança era uma boa distância. Fico aqui pensando o quanto ela deve ter criado boas artimanhas para sair das enroscadas que as irmãs mais novas aprontavam. E era uma atrás da outra. Ela não tinha folga. Desculpa hein Martha!!!

Tô aqui lembrando da festa de 15 anos. Martha tinha um cabelo liso muito comprido. Ia até o meio das costas. No dia da festa achei o cabelo dela lindo. Lembro que teve bolo embalado em papel alumínio e que ficava dentro de uma caixa grande toda prateada e enfeitada com flores e laços na parte de fora. Tinha um monte de convidados, música e brincadeira dançante. Pena que eu era muito pequena. Meus 9 anos só me permitiram ficar correndo pela festa, no meio da moçada e comendo tudo que tinha de gostoso. Refrigerante e brigadeiro era só em dia de festa. Então eu queria mais era aproveitar.

MAIRA, é a segunda irmã. Foi a quem mais me deu atenção. Contou histórias, deu a mão para dormir no hora do medo. Enfrentava os gatos que miavam no fundo da casa assustando todas nós. Inventava histórias no telhado da casa, fazia roupinhas de bonecas, montava móveis de caixa de fósforos para a boneca Suzie.
Uma de suas estrepolias causou um certo pânico familiar. Eu, Olga e ela subimos, à noite, ao telhado da casa da rua Gerson França 9-23 para apreciarmos o céu estrelado e ouvirmos uma de suas histórias que nos encantavam e aguçavam nossa imaginação. De repente, ao andar pelo telhado, que era feito com telhas de amianto (naquela época, década de 70, ninguém sabia que eram cancerígenas) um estrondo ecoou pelo ar e o restante da família, que se encontrava dentro da casa e não sabia de nada, sai correndo e começa a gritar nossos nomes. Nós, desesperadas, começamos a correr pelo telhado com isso outras telhas foram se quebrando. No total, que me lembro, foram nove telhas.
Imagina a cara dos meus pais quando chegamos ao chão?????
Não me lembro de ter apanhado e sim de ter sofrido um baita sermão, que nos fez ficar rezando a noite inteira para que não chovesse porque ai sim iríamos apanhar de cinta debaixo da chuva, como disse papai esbravejando na porta do quarto.
Papai e mamãe não nos batiam de cinta, nem chinelos apenas com as mãos, dando palmadas, beliscões e puxões de orelha. Não vou discutir a eficiência disso. Sei que pelo menos para mim não causou traumas e sou feliz de saber que eles se preocupavam muito conosco.
Essa história das telhas quebradas chegou até a escola, e ai sim doeu muito a vergonha, porque todo mundo comentava nossa peraltice e julgavam nossas atitudes. 
Papai e mamãe contavam apenas com os ganhos de papai que trabalhava em dois empregos: Sesi e Estrada de Ferro Noroeste do Brasil como dentista. A grana era curta e com sabedoria nunca faltou nada.

MAURA - a terceira irmã era a mais reservada e séria. Não me lembro de brincar com ela e e nem de vê-la sorrindo ou brincando. 

OLGA - quinta irmã foi a minha companheira até final de faculdade em Londrina. Fazíamos todas as artes juntas. Quem conseguia fugir da bronca sobrava pra que ficava. Eu montava as casinhas e a Olga participava, mas nunca ajudava a arrumar. Lembro que ela tinha um cofre de porquinho que eu gostava de pegar umas moedas para comprar bala no bar da esquina da rua Gerson França com a Avenida Duque de Caxias. 

RENATA - sexta irmã, chegou na minha vida quando eu tinha 10 anos. Amei de paixão. Brincava com ela como se fosse um boneca viva. Dava banho, trocava fralda, fazia mamadeira, contava história, cantava. Curti muito minha irmã temporona. Eu e Olga fazíamos tantas brincadeiras com ela que com 8 meses já sabia andar. Era muito esperta.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Filhas Olga e Bel



Bel e Olga nasceram uma após a outra, com dois anos de diferença. Bel é a mais velha. Sempre brincamos muito. Éramos para lá de espuletas. Só o céu era o limite. Subíamos telhado, pulávamos muro, pulávamos corda, esconde-esconde, pega-pega, queimada. 
Não havia brincadeiras que não participávamos. O negócio era estar em constante agitação, afina energia é que nunca faltou.
Não bastava infernizar a familia. Saíamos pela rua aprontando tudo quanto era arte. Deixávamos nossa mãe de cabelo em pé. Quando Vovó Vilma fazia bolo brigávamos para raspar a vasilha com a massa crua. Quando ganhávamos chiclete guardávamos na geladeira para continuar a mascar no outro dia. Éramos unha e carne, mas brigávamos muito. Dormíamos no mesmo quarto junto com a mana Maira. Lembro-me muito bem das histórias contadas pela Maira, mana mais velha, cheia de aventuras por outros planetas. Aventuras essas que nos causaram muita peraltice. Depois conto mais.

Familia Marcelo e Maria Izabel




Tio Marcelo e Tia Bel no casamento da sobrinha Juliana, em Bauru

domingo, 13 de dezembro de 2009

Mãe de seis filhas


Martha, Maira, Maura, Maria Izabel, Olga Maria e Renata são os nomes das filhas de Vilma de Araújo Leão e Nelson Leão.
Mamãe nasceu em Araraquara e papai em São Manoel, cidades do interior do Estado de São Paulo.

Ambos eram dentistas. Papai tinha formação em clinica geral com especialização em radiologia e mamãe em magistério e odontopediatria. Com o nascimento das filhas mamãe não pode se dedicar a sua profissão para poder cuidar da prole que demandavam muita atenção.
Eu sou a quarta filha, me chamo Maria Izabel e com este blog quero resgatar memórias esquecidas para que meus sobrinhos - Tomas, Francisco, Gabriel, Mateus, Gustavo, João e Marina possam ter uma ideia de quem foi a avó deles, uma vez que não tiveram a oportunidade de conhecê-la devido a sua morte prematura. 

Esta ano, 2016, faz 33 anos que ela faleceu e a falta de contato e convivência física vai apagando da memória momentos ricos que podemos deixar aqui registrados.

Mamãe Vilma

Este blog foi criado para mexer e remexer no baú de boas lembranças que Vilma de Araújo Leão deixou para suas filhas - Martha, Maira, Maura, Maria Izabel, Olga Maria e Renata.